terça-feira, 7 de junho de 2011

Copom começa reunião sob pressão para aumentar taxa de juros
Em meio a pressões da oligarquia financeira para que promova novo aumento, de 0,25 ponto percentual, elevando a taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (7) a quarta reunião do ano. Nas reuniões anteriores houve elevações em janeiro (de 10,75% para 11,25%), em março (para 11,75%) e em abril (para os atuais 12%).
O professor de macroeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rogério Mori opina que “a inflação ainda segue pressionada, embora exista perspectiva de algum alívio no curto prazo”. Para ele, os sinais ainda apontam para um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superior a 6% neste ano, além de a atividade econômica continuar aquecida, embora em menor ritmo.

Mori disse que alguns sinais de acomodação da atividade econômica começam a surgir, em decorrência do aperto na política monetária iniciado no fim do ano passado. Apesar disso, o professor acha que o BC deve continuar o processo de elevações graduais da Selic até que a inflação dê mostras consistentes de convergência para o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% ao ano.

Como Rogério Mori, a quase totalidade dos analistas de instituições financeiras consultados por pesquisa do BC, na última sexta-feira (3), acreditam em elevação da Selic para 12,25% ao ano, como mostra o boletim Focus divulgado ontem (6). Mas isso só será definido na quarta-feira (8) à noite, depois da segunda rodada da reunião do Copom, que é realizada sempre em dois dias.

Contudo, dados divulgados também nesta terça dão conta de uma desaceleração da inflação. A taxa medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,47% em maio deste ano, inferior à registrada no mês anterior, que havia sido de 0,77%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há sinais também de que a economia encontra-se em desaceleração.

O principal responsável pela queda da inflação de abril para maio foi o setor de transportes, que teve uma deflação (ou seja, redução nos preços) de 0,24%.

No acumulado do ano, o IPCA chega a 3,71% e, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação é de 6,55%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação de famílias com renda de até seis salários mínimos, variou acima do IPCA: 0,57% em maio. No entanto, a taxa é inferior à registrada em abril, que foi de 0,72%. O INPC acumula alta de 3,48% no ano e de 6,44% nos últimos 12 meses.

Não há, portanto, nada que justifique o alarmismo nem um “surto inflacionário à vista”.

Reação dos sindicalistas

Esta é a visão de duas das mais importantes centrais sindicais do país. Wagner Gomes, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), diz que “a CTB e o movimento sindical vêm combatendo o aumento dos juros, insistindo que é errado recorrer a esse mecanismo, pois o aumento da taxa de juros freia o desenvolvimento do país”.

Avaliando negativamente a gestão macroeconômica, o presidente da CTB diz que “a orientação é cada vez mais diferente do que as centrais sindicais defendem”. O sindicalista propõe que o governo da presidente Dilma “deixe o país se desenvolver”. Em sua avaliação, tem prevalecido até agora na gestão da equipe econômica “a visão monetarista, em detrimento da produção”.
Gomes considera que “aumentar os juros para supostamente segurar a inflação não leva a lugar nenhum, até porque a inflação está sob controle”. Se os juros seguem subindo, “aumentará o desemprego e o país deixará de investir em infraestrutura”.

Também a Força Sindical é crítica em relação à proposta de aumentar a taxa Selic. Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da entidade, “esse aumento prejudica os empresários que investem na produção, aumenta o desemprego e não colabora para o desenvolvimento do país”. Ele é taxativo ao considerar quem ganha com o aumento dos juros: “os bancos”.

Modificar a política macroeconômica

Na opinião do Partido Comunista do Brasil, cuja direção nacional se reuniu no último final de semana, o país precisa adotar medidas alternativas de combate à inflação, aumentando a oferta de produtos, e caminhar em sentido inverso ao que vem praticando o Banco Central, promovendo a redução da taxa de juros a fim de beneficiar os investimentos e diminuir as despesas com os juros da dívida pública. Ao mesmo tempo, na opinião dos comunistas, é necessário restringir o endividamento das famílias.

O alcance da política econômica do governo não deve restringir-se apenas ao controle inflacionário. É preciso avançar, avalia o PCdoB, na superação da má distribuição de renda e promover a valorização dos salários.

Já em março deste ano, o PCdoB divulgou documento propondo alternativas de ajustes na atual política macroeconômica, defendendo que o Brasil precisa de mais e não menos crescimento, como uma das principais alavancas para o desenvolvimento nacional e buscar com persistência atingir a meta de uma taxa de investimentos correspondente a 25% do PIB.

Na visão do PCdoB, é preciso taxar pesadamente e estabelecer a quarentena para os investimentos externos especulativos, agindo no sentido de controlar as flutuações no câmbio, estabelecendo metas para a taxa de câmbio capazes de promover o desenvolvimento nacional, defendendo a moeda nacional na guerra cambial que ora se trava; preservar os investimentos previstos no PAC dos cortes orçamentários; consolidar o BNDES como instituição de fomento aos investimentos; promover uma reforma tributária que atue no sentido de desatar o nó da alta regressividade do sistema atual.

Numa visão original, o PCdoB considera que o Banco Central não deve ter apenas responsabilidades como autoridade monetária, mas também como instituição responsável pelo crescimento econômico e pela geração de emprego, o que necessariamente implica subordinar-se ao governo e demais instituições republicanas, sem dever vassalagem à oligarquia financeira.

Site o Vermelho

Um comentário:

  1. e ai aldeirton lembra do seu amigo bira tenho muitas saudades das nossas batalhas no colegio estadual hoje moro em são paulo favor entrar em contato no e-mail : catboyskids@terra.com.br
    Um grande abraço

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